Se você acompanhou algum noticiário hoje, deve ter se deparado com a reportagem acima. No post anterior, quando dissemos que a história dos abusos sexuais cometidos pelo falecido Aldo Bertoni estava se repetindo, mas agora protagonizada por um outro falso profeta, não era força de expressão.
Até o desenrolar dos fatos está idêntico. Os dois abusaram de mulheres fiéis, que acreditavam em seus supostos dons sagrados, por anos a fio. Os dois diziam a elas coisas parecidas: “não conte nada para ninguém”, “se você contar ninguém vai acreditar em você, todos vão acreditar em mim”, “isso que estou fazendo é para curar você, você não pode duvidar”. Nos dois casos, as mulheres se calaram por anos, com medo da represália que poderiam sofrer, inclusive de seus próprios familiares, mas principalmente a represália vinda dos fanáticos seguidores dos falsos profetas.
Nos dois casos, eles se dizem (ou diziam, no caso do falecido Aldo Bertoni) inocentes. Para “provar” que são inocentes, até voltam a circular entre seus fanáticos fiéis, mas correm de medo da imprensa. Nos dois casos, o Ministério Público só foi pedir prisão dos acusados depois que a denúncia saiu na imprensa.
Vejam se as duas reportagens, a de 14/09/2011 sobre Aldo Bertoni e essas agora sobre João de Deus, não são parecidas. Parece que só trocaram o nome do acusado, o enredo é o mesmo!
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O que aconteceu com Aldo Bertoni você já sabe. Logo depois de denunciado, o Ministério Público pediu sua prisão e a justiça a concedeu. Mas aí seus advogados, alegando que o indiciado era idoso, pediu a substituição da prisão por medidas cautelares, o que foi concedido no caso do ídolo da Igreja Apostólica. Em novembro de 2011, Aldo Bertoni teve a prisão preventiva substituída pelo pagamento de uma fiança de R$ 109.000,00 (tudo bancado pelas ofertas doadas para a Igreja Apostólica), proibição de sair da cidade de São Paulo, obrigação de se apresentar no fórum mensalmente e retenção do passaporte.
Em 2012 iniciou-se o julgamento de Aldo Bertoni, que passou a apresentar atestados médicos para faltar às audiências, o que atrasou severamente o julgamento, já que cada vez que uma audiência era cancelada pela ausência do réu, uma nova audiência era marcada para meses depois. Em 2013, houveram três tentativas de audiências, e nas três Aldo Bertoni faltou, só compareceram seus advogados portando atestados médicos que afirmavam que ele não conseguia nem falar, quanto mais andar. Até que Aldo morreu em maio de 2014 sem ter o julgamento concluído. E boa parte de seus fanáticos fiéis, continuam repetindo, como papagaios de pirata, que Aldo era inocente, e que as vítimas é que não prestam.
Querem apostar quanto que o enredo da história de João de Deus será idêntico?
Fiquemos todos com Deus.